LAGRIMAS DE FOGO

Não consigo imaginar
Perda mais dolorosa
Já não consigo pensar
Nem em verso, nem em prosa

Ao deixares-me fiquei
Só e magoado
Tamanha angustia seria
Não mais ver o ser amado

Tentei tirar da minha mente
Pensamento tão penoso
Mas não havia realmente
Nada mais doloroso

Sentir a dor da perda
Como a tempestade no céu
Que dilacera o meu coração
E o cobre com um véu

Véu crivado de espinhos
Com o qual me coroaste
Croa de dor e martirio
Que em meu coracao cravaste

Coração que vai sofrendo
E muito me faz chorar
Lagrimas de fogo que queimam
O meu rosto ao passar

Não me culpes amor
Porque estou inocente
E so tu foste a culpada
Do que aconteceu entre a gente

Mas não perco a esperança
De voltar a ter-te a meu lado
Espero ter a sorte
De ao morrer ser amado.

AUSENCIA

Os dias sem ti
São tristes e sombrios
Longos e penosos
Como lamacentos rios

Rios que em seu labor
Escoam para o mar
Mar esse, imenso
Que insiste em nos separar

Separação sempre cruel
Que doi fundo no coração
Pois estando longe de ti
So me resta a solidão

Ao partires naquele dia
Parte de mim te acompanhou
E bastante sofria a parte que ficou

Fiquei.
Sabendo que te reencontrarei
E so essa certeza, acredita
É a razão do meu viver,
Mas nesta espera infinita
Sinto-me a desfalecer.

AMOR DISTANTE

Amor!
Dor sentida da saudade
Distância, Lembrança
Da mulher amada e querida
Amor de verdade
Paixão sem vaidade
Complemento da vida, Doida!
Entrega total de corpo e alma,
Coração e mente
É este o amor que agente sente,
Sentimento que machuca
Que corroi por dentro
Quando longe esta a razão da vida
Tudo o que me faz mover
És tu mulher querida
Tu que me fazes querer
Respirar e viver, continuar a sofrer
Na distancia que nos separa
Na solidão que me atormenta,
Mas tudo suporto, tudo sustento
So p’ra ter-te a meu lado
Um dia para sempre.

VIDA SOFRIDA

Criança de olhos tristes
O que se passa contigo
Foi algo que tu viste
Ou teus pais te deram castigo

Castigo quem me dera
De meus pais receber
Mas nao tenho Pai nem Mãe
E por isso estou a sofrer

Minha mãe morreu
Para a vida me dar
Nunca tive seu amor
Nem seu beijo ao deitar

Com o meu pai vivi
Até aos nove anos de idade
Mas também a ele eu perdi
Meu Deus que saudade

Fiquei sozinho no mundo
Sem saber o que fazer
Sem amor de pai nem Mãe
E sem nada para comer

De porta em porta fui pedir
O pão e o abrigo
Mas todos diziam
Vai-te embora mendigo

Já cansado e sem esperança
De um bom coração encontrar
Passei por uma casinha
Que me fez despertar

Quando a porta se abrio
Apareceu uma velhinha
Olho-me com carinho e disse
Entra filho,
Tambem estou sozinha

Compreendo a tua dor
E o que estas a passar
Para por fim a solidão
Podemos juntos ficar

Então com ela fiquei
E dela aprendi a gostar
Se não fosse ela nem sei
Onde tinha ido parar

Mas também ela morreu
E meu amparo perdi
Voltei a ficar so
E na solidão vivi.